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  • Bilionário Quer Reviver Após A Morte Usando Criogenia


  • Técnica usa nitrogênio líquido para congelar corpos em -196ºC.

O empresário Peter Thiel confirmou ter se inscrito para ser preservado criogenicamente após sua morte, com a intenção de ser ressuscitado no futuro.

Thiel, um dos cofundadores do PayPal, fez a revelação em um podcast nesta semana. Ele ainda afirmou que, apesar da escolha, não acredita que a tecnologia irá funcionar. 

“Não espero necessariamente que funcione, mas acho que é o tipo de coisa que devemos tentar fazer", falou Thiel em um podcast.

O bilionário Peter Thiel irá investir na técnica, mesmo sendo cético quanto a sua eficácia — Imagem: Reprodução

A Criogenia

A criogenia é uma técnica que envolve o congelamento de materiais biológicos a temperaturas extremamente baixas, geralmente usando nitrogênio líquido, com o objetivo de preservar sua integridade e viabilidade para uso futuro. 

É amplamente utilizada em clínicas de fertilização in vitro e bancos de células e tecidos para preservar espermatozoides, óvulos, embriões e tecidos para transplantes

No entanto, o uso da criogenia em seres humanos inteiros após a morte para eventual ressuscitação futura ainda é considerado uma prática especulativa e controversa, com muitos desafios científicos, éticos e legais a serem abordados.

Os corpos ficam preservados a uma temperatura de -196ºC — Imagem; reprodução

O Instituto de Criogenia de Michigan, nos Estados Unidos, define a criônica como uma técnica que tem como objetivo prolongar a vida e salvar vidas. 

O procedimento consiste em resfriar pessoas declaradas “legalmente mortas”, com a esperança de que, no futuro, técnicas científicas avançadas possam revivê-las e restaurar seus corpos e órgãos.

O Que É Criopreservação?

Segundo Francisco Guimarães, Doutor em Física de São Carlos (IFSC/USP), a técnica de criopreservação envolve o resfriamento de substâncias, incluindo o corpo humano, com o intuito de reduzir o movimento das moléculas e retirar a energia térmica que causa o movimento. Dessa forma, busca-se alcançar uma condição de baixa atividade metabólica e preservação das estruturas biológicas.

O pesquisador destaca que o corpo humano é composto por cerca de 70% de água e explica que o processo de criopreservação começa congelando-a. Isso leva à redução do movimento das moléculas e interrompe o metabolismo responsável pela vida.

"É como se você parasse a idade da pessoa, preservando inclusive a degradação”, explica Guimarães.

Neste processo de criopreservação de corpos, a temperatura do recipiente será reduzida lentamente com nitrogênio líquido até atingir os -196ºC.

A esperança é de que, no futuro, avanços científicos possam permitir o retorno à vida dessas pessoas.

Os Desafios De Descongelar Órgãos

O maior desafio da criogenia reside no processo de reanimação do corpo, uma vez que atualmente não é possível reviver uma pessoa por completo, sendo limitado apenas à reanimação de órgãos em animais. 

No entanto, espera-se que, com o progresso contínuo da ciência e da medicina, seja eventualmente possível reviver o corpo por inteiro.

Processo Pouco Acessível

Somente pessoas de alto poder aquisitivo têm acesso à tecnologia — Imagem: reprodução

Atualmente, a criogenia em humanos é realizada apenas nos Estados Unidos, onde estão localizadas as duas únicas empresas no mundo com capacidade para preservar corpos.

O custo total da criogenia varia de acordo com a idade da pessoa e seu estado de saúde, mas a média fica em torno de 200 mil dólares (R$ 988.900,00).

Além disso, existe um método mais acessível de criogenia, no qual apenas a cabeça é preservada para manter o cérebro saudável e pronto para ser transplantado para outro corpo no futuro, como um clone, por exemplo. Esse processo tem um custo mais baixo, próximo de 80 mil dólares(R$395.552,00).

Existem Pessoas Congeladas?

James Bedford foi a primeira pessoa a ser submetida à criogenia — Imagem: reprodução

Até o momento, cerca de 200 pessoas tiveram seus corpos ou cabeças criopreservados nas instalações da ‘Alcor Life’, empresa que é uma das principais referências na área da criogenia.

A empresa, que fica localizada no Arizona (EUA), também ‘hospeda’ aproximadamente 100 animais de estimação que estão preservados por essa mesma técnica. 

James Bedford é considerado o primeiro humano a ser submetido à criopreservação, sendo preservado em 1967, após a sua morte. Atualmente, o corpo de Bedford permanece na Alcor Life, tornando-o o paciente mais antigo em criopreservação conhecido até o momento.